domingo, 2 de novembro de 2008

A PANELA DE PRESSÃO

CÃO: Ouviste o Gen. Loureiro dos Santos falar em nome dos militares?
PINCHA:
Não sei se legitimamente, mas ouvi. Devem ser factos relacionados com a arraia miúda porque os de cima estão sempre muito melhor do que os de baixo.

CÃO: Explica-me isso melhor.
PINCHA:
Tal como antigamente, para os terem na mão, os políticos satisfazem mais as chefias do que os de baixo, tanto nos militares como nos civis. Os cartões de crédito são para quem? Para quê, se todos têm o seu vencimentos? E os outros ainda têm despesas de representação além de outras benesses. Os alojamentos ou casas a 100€, de que fala um jornal, para quem são? Para a arraia miúda que muitas das vezes tem de se alojar precariamente?

CÃO: Achas também que na saúde as coisas vão mal? Não achas que os militares são uma casta privilegiada?
PINCHA:
Quando os militares vão para a guerra e deixam a família entregue a si própria, achas que eles terão «cabeça» para as suas missões arriscadas se descobrirem que a família pode estar a passar maus momentos por falta de assistência? Disso, o Loureiro dos Santos não se lembrou quando lhe fizeram a pergunta. Os civis estão sujeitos aos mesmos perigos? Será de caminho para o emprego? São muitas situações vividas por muitos daqueles que são pais e familiares de militares no activo. Era guerra mais a sério, sem direito a «refilanço» e quase sem compensações. Era para «defender a pátria». Não sei de quem. Foi por estas e muitas outras «asneiradas» do Governo que se deu o 25 de Abril apesar da «brigada do reumático» ter ido ao beija-mão pouco tempo antes. O sofrimento e os abusos têm limites e … quando a panela está com a pressão máxima só pode estoirar se não se abrirem rapidamente alguns «furinhos» para descongestionar o ambiente! Muitas vezes, o mal de tudo isto, são os políticos, mesmo os actuais, por nunca terem tido uma experiência de guerra séria e real. Ficaram pelos gabinetes durante algum tempo para depois ingressarem na sua vida, a que logicamente teriam direito, se não fosse a maldita e estúpida guerra suportada por quase toda a população e mantida durante anos pela vontade de políticos estúpidos e incompetentes, sem visão do futuro.

CÃO: Como seria possível que não houvesse guerra?
PINCHA:
Muito simplesmente, chamando todos os maiorais de cada território e estabelecendo com eles pactos de entendimento no sentido da autodeterminação. O que se fez agora com os Açores e a Madeira? Porquê? Para além dessa futura autodeterminação, aumentar nesses territórios a instrução, que era bem precisa, e trazer para Portugal muitos elementos desses territórios para os instruir e preparar para a governação, estaria, neste momento, a dar resultados surpreendentes numa comunidade lusófona sem necessidade da CPLP.

CÃO: Já falaste nisso no teu post dedicado à governação actual. Mas o mal dos militares?
PINCHA:
Se os manda-chuvas de cada um dos ramos da governação forem aliciados para pactuar com o governo ficando silenciosos quanto às necessidades e anseios dos que são por eles governados ou comandados, as coisas podem não funcionar como deve ser e quando se der o estoiro deve-se ouvir ao longe e alguém pode ficar ferido. Lembra-te que o 25 de Abril começou assim e deu no que deu. Para nossa «desgraça» foi aproveitado por mais alguém. Não teriam sido os capitalistas? Não teriam «montado» toda a «trama» aproveitando a ingenuidade de alguns esquerdistas?

CÃO: E em questão de vencimentos?
PINCHA:
Tu sabes que os militares não podem fazer coisa alguma sem autorização dos chefes legítimos? Sabes se eles têm horários a cumprir, como os civis, ou se tem de estar sempre disponíveis? Sei que antigamente não podiam exercer qualquer outra função, não podiam actuar em público e nem se podiam matricular numa Faculdade se não tivessem autorização específica para tal, que era dada só a alguns. Acontece o mesmo com os civis? Como já perguntaste, uma coisa é ser uma casta, mas outra é ser «escravo» sem direito a refilar. Porque é que os militares não têm um sindicato como os civis? Por serem uma casta ou serem tratados como escravos? Achas que ganham muito apesar de não poderem «aumentar» o seu rendimento com «biscates» enquanto os outros podem fazê-lo sem estar sujeitos aos perigos que os militares correm? É por isso que interessa aos políticos «tratar bem» os manda-chuvas do mesmo modo como acontecia antigamente. É para que os «escravos» não tenham «direito à indignação».

1 comentário:

Anónimo disse...

Vão ler o blog FIO DE PRUMO do Coronel Luis Alves de Fraga.
Pode ser que se convençam que as coisas não vão pelo melhor, especialmente, depois do vídeo muito elucidativo «que não serve de prova», em Portugal, porque não foi gravado com autorização judicial.
E aqueles em que se vê roubar multibancos e supermercados valem?