quarta-feira, 5 de novembro de 2008

O BARRACA E O EMBUSTE

CÃO: Já felicitaste o Barraca Abana?
PINCHA:
Ainda não, mas foi uma vitória fantástica como não se via há 50 anos.

CÃO: Houve comentadores políticos televisivos que antes não tinham a certeza da vitória , mas hoje já dizem que esperavam uma vitória mais «estrondosa».
PINCHA:
São aqueles que dizem que sabem tudo mas dão a «volta ao texto» logo que podem a fim de garantir que sempre tiveram razão. O público é que não os entende! São bons para a nossa política e para a coscuvilhice.

CÃO: Ouvi o comentário na SIC. Mas o que achaste das eleições?
PINCHA:
Julgo que foram renhidas e nunca tive a certeza absoluta que o Barraca ganhasse por várias ordens de razões.

CÃO: Explica melhor.
PINCHA:
Os preconceitos raciais ainda continuam e acho que os americanos são mais «racistas» do que os europeus, embora tentem aparentar o contrário.

CÃO: Então, como é que explicas a vitória?
PINCHA:
Em primeiro lugar, o Barraca não se afirmou como branco, negro, meio branco e meio negro ou qualquer outra coisa semelhante. Disse que era um ser humano do mesmo modo como todos os outros. Afirmou que existia um sonho americano que podia ser posto em prática. Garantiu que pugnaria pela paz e mudança contemplando especialmente os mais desfavorecidos. Teve a favor a sua prática de ajuda aos que mais precisavam, quer nas acções de rua quer no Senado, ao contrário da prática de outros senadores. Fez ver a todos que tinha chegado o momento de mudança a qual era possível desde que todos aderissem. Com as asneiradas que o Embuste fez durante os oito anos de Casa Branca não havia outra alternativa. A América achou que era tempo de mudança e, antes que o «outro», colado ao Embuste, fosse vitorioso, apressou-se a ir votar. E até os correligionários do Embuste assim o fizeram para não os deixarem perpetuar o regime. Reparaste na participação que houve?

CÃO: E achas que o Barraca Abana será um bom Presidente?
PINCHA:
Pela minha maneira simplista de avaliar as coisas através da aparência e dos factos que vou observando, cheguei à conclusão que sim. Antes de tudo, ele não tem «cor» e é um ser humano. Não nasceu rico. Viveu com várias famílias. Praticou a solidariedade social nas ruas. Já se meteu na droga e recuperou para estudar e formar-se com um curso superior. Desde criança, viveu em outros dois locais diferentes dos EUA continentais, mas menos desenvolvidos. Quando senador, mostrou ser solidário com os menos favorecidos. Não se serviu do cargo para «fazer dinheiro» e «mover influências». Nos seus discursos, mostrou-se sereno e pouco «agressivo». Disse ser adepto da paz e das boas relações com os outros países. Mostrou um grande respeito pelo adversário a quem felicitou pela coragem demonstrada no combate eleitoral. Não prometeu milagres nem disse que iria apoiar os negros ou qualquer outro grupo étnico, político ou religioso. Afirmou que a sua grande preocupação é a economia do país e a melhoria de vida dos mais desfavorecidos. Para isso, até se pode servir dos não partidários ou independentes que sejam válidos e vantajosos para o país. Não se mostrou arrogante com a vitória nem se pôs nos bicos dos pés «apesar de ser afro-americano» e um «caso raro» numa sociedade esclavagista até há bem pouco tempo. Falou em esperança e mudança e é disso que os americanos necessitam.

CÃO: E o resto do mundo que parece ter ficado contente?
PINCHA:
Mal seria se o resto do mundo fosse tão tanso e pretencioso como o Embuste! Até alguns dos resquícios que o apoiaram na invasão do Iraque não estão agora nos lugares chave de então. Mesmo assim, teriam ido felicitar apressadamente o Barraca. A política é assim!

CÃO: E com este não será também assim?
PINCHA:
Espero que não. Quase todo o mundo o felicitou, parecendo entusiasmado e esperançado com a sua ascenção ao posto mais alto duma das nações mais poderosas. Pelo que já vi nele, espero que seja mais Homem que político. Já delineei muitas das características dele que não são apanágio da maioria dos políticos que conhecemos. E a mais importante, é porem-se nos bicos dos pés. Este parece que anda com os calcanhares no chão! Bom sorte para ele e, como dizem os «índios», «God Bless You!».

1 comentário:

Anónimo disse...

Também espero que os americanos mudem de atidude de arrogância e «dominadores do mundo» para colaboração e cooperação.
O novo Presidente muito deve que suar para «orientar» as coisas no devido sentido.
Oxalá que não caia na tentação de fazer o mesmo que os outros políticos.